quarta-feira, janeiro 31, 2007

OS 10 MANDAMENTOS DE MAQUIAVEL

1 - Zele apenas por seus interesses

2 - Não honre a ninguém além de você mesmo

3 - Faça o mal, mas finja fazer o bem

4 - Cobice e procure obter tudo o que puder

5 - Seja miserável

6 - Seja brutal

7 - Engane o próximo toda vez que puder

8 - Mate os inimigos, e se for necessário, os amigos

9 - Use a força em vez da bondade ao tratar com o próximo

10 – Faça o mal de uma só vez, e o bem aos pouquinhos

OS INDIFERENTES - A. Gramsci

Odeio os indiferentes. Como Friederich Hebbel, acredito que “viver significa tomar partido.” Não podem existir os apenas homens, os estranhos à cidade. Quem verdadeiramente vive, não pode deixar de ser cidadão e partidário. Indiferença é abulia, parasitismo, covardia, não é vida. Por isso odeio os indiferentes.A indiferença é o peso morto da história. É a bala de chumbo para o inovador e a matéria inerte em que se afogam freqüentemente os entusiasmos mais esplendorosos, o fosso que circunda a velha cidade e a defende melhor do que as mais sólidas muralhas, melhor do que o peito dos seus guerreiros, porque engole nos seus sorvedouros de lama os assaltantes, os dizima e desencoraja e, às vezes, os leva a desistir da gesta heróica (...)Odeio os indiferentes, porque me provocam tédio as suas lamúrias de eternos inocentes. Peço contas a todos eles pela maneira como cumpriram a tarefa que a vida lhes impôs e impõe quotidianamente, do que fizeram e sobretudo do que não fizeram. E sinto que posso ser inexorável, que não devo desperdiçar a minha compaixão, que não posso repartir com eles as minhas lágrimas. Sou militante estou vivo, sinto nas consciências viris dos que estão comigo pulsar a atividade da cidade futura, que estamos a construir (...)Vivo, sou militante, e por isso odeio quem não toma partido, odeio os indiferentes.

Antonio Gramsci
(La città futura ,11-2-1917)

Disciplina: Estado e Sociedade Civil no capitalismo contemporâneo

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA
DEPARTAMENTO DE CIENCIAS SOCIAIS
COORDENAÇÃO DE SOCIOLOGIA
PROF. ITAMAR NUNES DA SILVA
DISCIPLINA:ESTADO E SOCIEDADE CIVIL NO CAPITALISMO CONTEMPORÂNEO
CARGA HORARIA: 60 HORAS
ccs@cchla.ufpb.br

1. EMENTA
Natureza, modos de funcionamento e expansão do Estado; formas de relacionamento com a sociedade civil; tensão entre capitalismo e democracia; novas formas de mediação entre Estado e sociedade: gênese, desenvolvimento e crise do welfare state.

2. OBJETIVOS

Refletir acerca do papel do Estado e da Sociedade no processo de construção do welfare state.
Possibilitar estudos sobre o processo de ampliação do Estado encarado enquanto instrumento de intervenção na sociedade.
Refletir acerca do processo ampliação e organização da sociedade civil e da democratização como instrumento de consolidação da participação social.
Compreender a especificidade do processo de democratização brasileira, nos anos recentes, seus avanços e limites, analisando-os à luz de teóricas explicativas da democracia contemporânea.
Refletir acerca do papel da sociedade civil e do Estado no processo de construção da democracia brasileira.
3. CONTEUDO PROGRAMATICO
. Origem e desenvolvimento do Welfare state - avanços e limites
· O Keynesianismo e o Estado do Bem Estar Social
. Democracia: das concepções hegemônicas às não-hegemônicas.
· Democracia no Brasil: Desenvolvimento tardio e instituições políticas. Desenvolvimento, transformações sociais, 1980-2000. A sociedade civil brasileira nos anos 80 – o contexto da redemocratização. O Sistema Partidário brasileiro. Interpretações e debates. Eleições e Transição. Constituinte e Debate Institucional. A Constituição e o novo modelo político brasileiro. A Dinâmica do sistema partidário pós 1989. O processo eleitoral. A Dinâmica do sistema partidário pós 1989. As relações entre os poderes. A cidadania no Brasil. Perspectivas.
4. AVALIAÇÃO
· As sessões semanais da disciplina serão divididas em aulas expositivas, seminários de leitura e temático. A bibliografia dos seminários é de leitura obrigatória. Cada estudante deverá entregar uma resenha referente ao capítulo do livro selecionado para o seminário. Não serão aceitas resenhas fora de prazo. A nota para resenha não entregue é, obviamente, zero. Cada aluno deverá escolher um dos seminários temáticos do curso. O objetivo fundamental é o de abrir possibilidades de escolha e aprofundamento ao longo do curso. Cada aluno deverá apresentar um trabalho de aproveitamento do seminário temático a ser entregue no final do curso. Serão aceitos trabalhos em grupo. Os grupos terão no máximo quatro estudantes. Não serão aceitas exceções a esta regra.
5. BIBLIOGRAFIA
1. ABRANCHES, S. H. H. de. Presidencialismo de coalizão: o dilema institucional brasileiro. Dados, Rio de Janeiro, v. 31, n. 1, p. 5-34, 1988.
2. ABRÚCIO, F. Os barões da federação: os governadores e a redemocratização brasileira. São Paulo: Hucitec, 1998.
3. AMES, B. Os entraves da democracia no Brasil. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2003.
4. AVRITZER, L. ANASTACIA. F. Reforma Política no Brasil. 2006
5. AVRITZER, L. NAVARRO, Z. (Org.). Inovações democráticas no Brasil. S. Paulo: Cortez, 2003.
6. AVRITZER, L. Moralidade da Democracia: uma Interpretação Habermasiana.
7. ____________. Cultura Política, Atores Sociais e Democratização. In Revista Brasileira de Ciências Sociais, ano 10, n.28, 1995.
8. BOBBIO, N. Liberalismo e Democracia. São Paulo: Brasiliense, 1988.
9. BOBBIO, N. O futuro da democracia. São Paulo: Paz e Terra, 1980, p. 9-40.
10. BORON, A. A. Estado, capitalismo e democracia na América Latina. São Paulo: Paz e Terra, 1994.
11. BURKE, E. Reflexões sobre a Revolução em França. Brasília: Ed. Unb, 1982.
12. DREIFUSS, R. 1964: a Conquista do Estado. Petrópolis: Vozes, 1981.
13. DAHL, R. A. Poliarquia. São Paulo: Edusp, 1997, p. 25-50.
14. FICO C. Além do Golpe. Rio de Janeiro: Record, 2004.
15. FICHER, Nilton Bueno, MOLL, Jaqueline (orgs.). Por uma nova esfera pública a experiência do orçamento participativo. Petrópolis RJ: Vozes, 2000.
16. FIGUEIREDO, E. L. Os Militares e a Democracia. Rio e Janeiro, Graal, 1980.
17. HABERMAS, J. Direito e Democracia. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro 2003.
18. HIRST, P. A democracia representativa e seus limites. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1992, p. 7-46.
19. HOBBES, T. “Leviatã ou Matéria, Forma e Poder de um Estado Eclesiástico e Civil”. In Os Pensadores. S.Paulo: Abril Cultural, 1979.
20. GENRO, Tarso. Crise da democracia: direito, democracia direta e neoliberalismo na ordem global. Petrópolis RJ: Vozes, 2002.
21. LIJPHART. Democracias Contemporâneas. Lisboa: Gradiva, 1989.
22. LOCKE, J. “Segundo Tratado sobre o Governo Civil e Carta Acerca da Tolerância”.In Os Pensadores. S. Paulo: Abril Cultural, 1978.
23. MAQUIAVEL, N. “O Príncipe”. Os Pensadores S. Paulo: Abril Cultural, 1979.
24. MARX, K. O Dezoito Brumário de Luis Bonaparte. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.
25. MICHELS, R. Sociologia dos Partidos Políticos. Brasília: Ed. UnB, 1982
26. MILL, J. S. Considerações sobre o Governo Representativo. Brasília: Ed. Unb, 1981.
27. MONTESQUIEU, C. de S. Do Espírito das Leis. Brasília: Ed. Unb, 1982.
28. MOUFFE, C. “Para un modelo agonístico de democracia” in: La paradoja democrática. Barcelona: Gedisa, 2003.
29. OFFE, C. A democracia partidária competitiva e o ‘welfare state’ keynesiano: fatores de estabilidade e desorganização. In: Problemas estruturais do Estado capitalista. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1984. p. 356-386.
30. PRZEWORSKI, Adan. Capítalismo e Social-Democracia. Trad. Laura Teixeira Motta. S. Paulo: companhia das Letras, 1989.
31. ROUSSEAU, J. J. Do Contrato Social. S. Paulo: Abril Cultural 1978.
32. WEBER, M. Economia Y Sociedad. México: Fondo de Cultura Econômica, 1974, 2 vols.
33. SAES, D. Democracia. São Paulo: Ática, 1991. p. 7-73.
34. SARTORI, G. Teoria democrática revisitada. São Paulo: Ática, 1994, Volume I, p. 5-39.
35. SANTOS, B.S. (org.) Democratizar a Democracia. Os caminhos da democracia participativa. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.
36. SANTOS, W. G. dos. Razões da Desordem. Rio de Janeiro: Ed. Rocco Ltda., 1993.
37. SCHUMPETER, J. A. Capitalismo, Socialismo e Democracia. Zahar Editores: RJ, 1984. p. 305-366.
38. SOUZA, Jessé. (Org.). Democracia hoje: novos desafios para a teoria democrática contemporânea. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2001.
39. TOURAINE, Alain. Crítica da Modernidade. 7a Edição. Trad. Elia Ferreira. Edel. Petrópolis Editora Vozes, 2002, p. 343-370

O último discurso (do filme o Grande ditador)

O ÚLTIMO DISCURSO
(De o Grande Ditador)


Sinto muito mais não pretendo ser um imperador. Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar - se possível - judeus, o gentio...negros...brancos. Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo - não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros? Nesse mundo há espaços para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as nossas necessidades. O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens...levantou no mundo as muralhas do ódio...e tem nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina que produz abundância, tem-nos levado à penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido. A aviação e o rádio aproximaram-nos muito mais. A própria natureza dessas coisas é um apelo eloqüente à bondade do homem...um apelo à fraternidade universal...à união de todos nós. Neste mesmo instante a minha voz chega a milhões de pessoas pelo mundo afora...milhões de desesperados, homens e mulheres, criancinhas...vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes. Aos que me podem ouvir digo: “Não desespereis”. A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia...da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem homens, a liberdade nunca perecerá. Soldados! Não vos entregueis a esses brutais... que vos desprezam...que vos escravizam...que arregimentam as vossas vidas...que ditam os vossos atos, as vossas idéias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como gado humano e que vos utilizam como carne para canhão! Não sois máquinas! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar os que não se fazem amar e os inumanos. Soldados! Não batalheis pela escravidão! Lutai pela liberdade! No 17° capítulo de São Lucas está escrito que o Reino de Deus está dentro do homem - não de um homem só ou de grupos de homens, mas dos homens todos! Está em vós! Vós o povo tendes o poder - o poder de criar máquinas. O poder de criar felicidade! Vós o povo tendes o poder de tornar esta vida livre e bela...de fazê-la uma aventura maravilhosa. Portanto - em nome da democracia - usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo...um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice. É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão. Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim a ganância, ao ódio e a prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à aventura de todos nós. Soldados em nome da democracia, unamo-nos. Hannah, estás me ouvindo? Onde te encontres, levanta os olhos! Vês, Hannah? O sol rompendo as nuvens que se dispersam! Estamos saindo das trevas para a luz! Vamos entrando num mundo novo - um mundo melhor em que os homens estarão acima da cobiça, do ódio e da brutalidade. Ergue os olhos, Hannah! A alma do homem ganhou asas e afinal começa a voar. Vós o arco-íris, para a luz da esperança. Ergue os olhos Hannah! Ergue os olhos.

Charles Chaplim